“Há tempo quero te escrever. Não mais uma dessas cartas cheias de metáforas. Nem mesmo dando ênfase na falta que você me faz. Não quero uma nova carta como as velhas cartas, trágicas e piegas - que por mais que fossem assim, me mostravam limpa e sem armas. Não vou me repetir com aqueles textos gordos e cheios de linhas. Escrever pra você sempre ia além da paixão, era amor às palavras. Encontrei-me apaixonada pela maneira como te escrevia. Uma intensidade desmascarada do medo. Não sublinharei mais a importância de tudo. Porque dizendo pra você era como se estivesse mostrando para mim a sua importância e seu papel na minha vida. Quero te escrever por nós dois. O que penso sobre isso. Não retrocedendo o tempo e falando sobre nossos dias não vividos, esses já foram e nós os vivemos de alguma maneira. Quero falar dos meses, dos dias, das horas em que não estávamos juntos fisicamente, dos momentos em que eu meditei rindo, de tão sincera que foi a minha gargalhada, das músicas ouvidas e sentidas, dos livros lidos. Dos meus dias tristes, dos meus choros sinceros e das minhas preocupações com tarefas diárias. Te falar da minha nova vida, dos meus novos amigos e das semelhanças que eu encontro no meu dia a dia. Dias em que eu não compartilhei com você, porque você atuava em um cenário diferente do meu. Você na sua vida, vivendo seu roteiro e eu na minha. Dias distantes, mas nem por isso esquecidos. Eu e você. Torna-se difícil, porque falo de um caso que se transformou. Não é mais vivido como ele foi descoberto. Transformou-se porque o tempo se encarregou disso, porque permitimos após perceber que o nosso bem estar era apenas comodidade.Quero te escrever para falar que descobrimos o equilíbrio entre nossas extremidades. E que estamos vivendo e existindo. E que a soma de nós dois, vai além de diferenças bem compreensíveis. E que podemos nos esquecer, mas nos apagarmos? Impossível. Vivemos, enfim!”
By Carol
quinta-feira, maio 10, 2007
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