...Querida Amiguinha...

Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu. Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando. Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme.
Chega. Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competitividade suburbana de “eu sou a melhor”, “eu sou a mais alta”, “eu sou a mais gostosa do pedaço”. Ninguém tá ligando a mínima se você é assim. Essa sua mania de vencer todas as paradas só te deixa ridícula. Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você. Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado. Relaxa, ninguém está a fim de ser você. Tente, portanto, ser você com mais leveza.
Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim americano. Chega, tá? De azucrinar os outros com essa sua boca lambuzada de baton, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte.
Seja honesta uma vez na vida: confesse. E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser. Acredite idiotice só te faz charmosa para os cafajestes. Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse, para lutar por você, até te conquistar.
É triste amiga, mas um dia você terá que abrir mão da máscara de rímel e pó que cobre a sua verdade.