sábado, abril 21, 2007

...Sonho Interrompido...

Talvez você já nem pense em mim, ou não queira mais saber de nada a meu respeito. Entendo perfeitamente, afinal, eu nem ao menos comecei a processar o turbilhão de informações e acontecimentos que invadiram minha vida nestes últimos dias. Mesmo assim, preciso dizer que sonhei com você esta noite.
Não sei exatamente onde eu estava nem quando tudo se passou. Lembro apenas da minha imagem segurando o seu retrato, tentando conter as lágrimas que escorriam insistentes pelo meu rosto. Ao perceber sua presença, virei imediatamente meu corpo em sua direção, olhei fundo nos seus olhos também tristes e, então, acordei.
Seria apenas mais um sonho interrompido se eu não tivesse sentido um aperto tão forte no peito, se eu não tivesse relembrado tudo o que eu tanto tentei evitar e esquecer. Seria bobagem se eu não tivesse percebido o quanto sinto falta das nossas conversas, confidências, brigas e reconciliações.
Eu poderia tentar enganar a mim mesma se eu não tivesse escrito uma mensagem pra você dizendo o quanto eu gostaria de te sentir junto a mim novamente. Uma mensagem que nunca vou enviar. Eu poderia ousar negar o que sinto se eu não tivesse fechado forte meus olhos fingindo que dormia apenas para imaginar um final feliz pra este sonho, um final feliz pra nós dois.

sexta-feira, abril 13, 2007

...Pensamento...

... e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo leve, e vou dizendo longo sem pausa - gosto muito de você de você muito de você...

terça-feira, abril 03, 2007

A Farra dos Sacos Plásticos

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.
A “plasticomania” vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resinas sintéticas originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.
No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos.
Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação, e na cultura de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a “plasticomania” deu lugar à “sacolamania”.
Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos, equivalente a sessenta centavos a unidade.
A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.
Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas. Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartado e se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.
Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.
É preciso declarar guerra contra a “plasticomania” e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos. Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?

http://vidaaoverde.blogspot.com/